Vamos falar de um tema prático para as nossas sessões: a obrigatoriedade do terno nas sessões Magnas e a questão do colete. Vamos esclarecer o que diz o RGF (Regulamento Geral da Federação do GOB), a composição do terno, o uso do balandrau e a evolução histórica do colete no vestuário brasileiro e, com isso, levantar um tema relevante para a manutenção dos usos e costumes da Ordem. Aqui vou tratar do tema segundo o regimento da Potência que eu pertenço. Outras Potências podem ter regulamentos diferentes para o tema.
De acordo com o RGF do GOB, o uso do terno completo é obrigatório para os maçons em sessões magnas, que são os encontros solenes e de maior relevância ritualística. Nessas ocasiões, a vestimenta reflete o respeito pela solenidade do momento e pela Ordem. Já nas sessões ordinárias, o uso do balandrau é admitido, oferecendo uma alternativa mais prática, mas igualmente digna, para os trabalhos regulares da Loja.
O que é o terno?
O terno, em sua definição tradicional, é composto por três peças: paletó, colete e calça, todas confeccionadas no mesmo tecido e cor, garantindo harmonia e elegância. Essa composição é considerada o padrão clássico do vestuário formal masculino. No entanto, quando o colete não está presente, o conjunto formado apenas por paletó e calça é chamado de “parelha” (referindo-se ao par). Apesar de comum no dia a dia, a parelha não atende à definição completa de terno exigida pelo RGF do GOB para as sessões magnas.
A questão do colete no Brasil
O colete, como peça integrante do terno, começou a cair em desuso no Brasil a partir da década de 1970. Influenciada por mudanças na moda, pelo clima tropical e por uma preferência por trajes mais leves, a sociedade brasileira passou a associar o termo “terno” apenas ao conjunto de paletó e calça, deixando o colete como uma peça opcional ou reservada para ocasiões muito formais. Hoje, é raro ver o colete em trajes cotidianos, e mesmo em ambientes profissionais, a parelha predomina.
Essa mudança cultural, porém, não alterou o texto do Regimento Interno do GOB. Para as sessões magnas, o terno completo — e não a parelha — é a vestimenta ainda prescrita, pois representa a tradição e o compromisso com os padrões estabelecidos no passado pela Ordem no passado, onde o uso do colete era vestimenta quotidiana para a maioria dos homens, fossem ou não maçons.
A importância de seguir o Regimento
Embora o colete tenha saído de moda no Brasil, sua inclusão no terno usado pelos maçons é uma forma de preservar a tradição e demonstrar respeito pelas normas da nossa Instituição. Manter as tradições do passado em nossa Ordem significa não apenas preservar sua identidade original mas também sua sobriedade. Embora totalmente opcional na prática, para os irmãos que desejam incorporar o colete, é importante escolher um que seja do mesmo tecido e cor do paletó e da calça, mantendo a harmonia do conjunto. Além disso, o uso do colete pode ser uma oportunidade para resgatar a elegância clássica, reforçando o orgulho de pertencer à Ordem.
Que possamos, com simplicidade e dedicação, preservar as tradições da nossa Ordem, mantendo viva a essência da Maçonaria em cada gesto, inclusive na forma como nos vestimos.