Na senda Maçônica, o Grau de Companheiro Maçom brilha como um marco sublime, um convite à reflexão profunda e ao crescimento interior. Segundo degrau da Maçonaria Simbólica, esse grau é muitas vezes visto como um mistério, um trecho da jornada que alguns chamam de “incompreendido”. Mas, para o coração atento, ele revela uma riqueza de simbolismo e propósito que ilumina o caminho do Aprendiz que recebeu seu aumento de salário, e está pronto para abaixar a abeta do seu avental. Neste post, exploraremos as origens desse grau, sua reputação singular e sua importância vital no simbolismo maçônico.
As Raízes do Grau de Companheiro
O Grau de Companheiro encontra suas origens nas antigas guildas de pedreiros operativos, homens que erguiam catedrais com suor e precisão. Nessas fraternidades medievais, o Companheiro era o artesão que, após sua iniciação como Aprendiz, dominava os segredos do ofício e assumia novas responsabilidades, como o trabalho com detalhes finos. Com o nascimento da Maçonaria Especulativa, no século XVII, esse papel ganhou um novo significado, tornando-se um símbolo da busca e passagem pelo aperfeiçoamento moral e intelectual.
A consolidação do grau, tal como o conhecemos, veio com a formação das Grandes Lojas, especialmente após 1717, quando a Grande Loja de Londres estruturou a Maçonaria moderna. O Companheiro Maçom passou a representar o Maçom em sua fase de estudo, reflexão e trabalho interior, um elo essencial entre a descoberta inicial do Aprendiz e a plenitude do Mestre.
O Estigma do “Grau Incompreendido”
Por que o Grau de Companheiro é, por vezes, chamado de “incompreendido”? Talvez porque ele não carrega o impacto emocional iniciático do Aprendiz, com sua entrada na luz, nem o peso simbólico do Mestre, com suas lições profundas. Para alguns, ele parece um degrau de passagem, um momento de transição, ou até mesmo um obstáculo que o separa do grau de Mestre. Mas essa visão não faz jus à sua essência.
O Companheiro é o grau do trabalho silencioso, do abrilhantamento das virtudes. É onde o Maçom transforma a pedra bruta de sua existência, desbastada no grau de Aprendiz, em algo mais harmonioso, guiado pela luz do conhecimento e da simbologia mais aprofundada das ferramentas de trabalho. Longe de ser um simples intervalo ou uma “pedra de tropeço) no caminho do Mestre, é um chamado à introspecção, ao estudo e à prática dos princípios que definem a Maçonaria.
Tal é a importância do Grau de Companheiro, e mais ainda, a Maçonaria da Marca é dedicada a detalhar e individualizar os ensinamentos do Segundo Grau do Simbolismo. Enquanto o Companheiro aprende a trabalhar com as ferramentas e aperfeiçoa sua técnica, o Grau da Marca ensina que toda obra deve levar sua marca pessoal, ou seja, identidade, caráter e responsabilidade.
A Luz do Companheiro no Mundo Atual
Hoje, o Grau de Companheiro nos lembra que a verdadeira Maçonaria é um trabalho contínuo, uma busca por equilíbrio e sabedoria que se estende além da Loja. É no Grau de Companheiro que aprendemos a aplicar os ensinamentos do Aprendiz, transformando ideais em ações concretas e bem acabadas.
Mais do que isso, o Segundo Grau nos chama a ser agentes de beleza no mundo profano, trazendo novas luzes de moral e ética para a vida, trabalho e sociedade.
Um Convite à Reflexão
O Grau de Companheiro Maçom não é apenas um simples degrau intermediário na escada da Maçonaria; é uma etapa de transformação, de continuidade e de esmero. Suas origens nas guildas operativas, seu simbolismo profundo e sua mensagem de trabalho interior continuado fazem dele um pilar da jornada maçônica. Que cada Companheiro Maçom, guiado pela luz do Simbolismo, continue a construir, com sabedoria e humildade, o templo eterno da virtude.